sexta-feira, 24 de agosto de 2012

SOCIEDADE, POLÍTICA E CORRUPÇÃO.

Alguns anos atrás existia uma disciplina chamada Moral e Cívica, o objetivo dessa disciplina era discutir assuntos relacionados à moral, a ética, a cidadania, a costumes, enfim, como se um cidadão pleno, conhecendo seus direitos e deveres. Com o passar do tempo o currículo escolar foi modificado, dividindo essa disciplina em outras, Filosofia, Sociologia e os temas transversais, que também tem o mesmo objetivo, não sou muito conhecedor do tema, desculpe algum equivoco.
Quando estudei essa disciplina na escola, ela foi fundamental, na época eu tinha dezesseis anos, já tinha noção do meu papel como cidadão, de exercer meu direito ao voto. Afinal, também queria fazer parte do processo decisório dos nossos futuros governantes. Então, fui fazer meu título de eleitor.
Bem, com o título na mão, só faltava escolher os candidatos, mais como eu poderia escolher alguém, se até aquele momento só foi discutido tema referentes de como se tornar um cidadão pleno. Mais não era discutido se eles realmente existiam quem eram essas pessoas que governavam e queriam continuar governando, isso não se discutia. Só conhecíamos os candidatos nas campanhas.
Sempre ouvi falar que temas como: Religião e Política não se discute, não consigo entender até hoje o porquê. Fazendo uma analogia parece que a religião remete a Deus e a política ao Diabo, pois são assuntos que ninguém quer discutir, principalmente na escola.
Só me restava uma alternativa, perguntar para meus familiares, colegas, professores, o que eles achavam dos candidatos, a maioria das respostas foram parecidas. Meu pai disse, meu “filho, todos são corruptos e ladrões, não existe candidato honesto, o que eu te aconselho é escolher “Fulano” que ele é o menos pior que os demais.” Sei que existe um erro gramatical na frase. Consultei outras pessoas e por incrível que pareça as respostas foram iguais as do meu pai, só mudou “meu filho” na frase. “Cara, todos são corruptos e ladrões, não existe candidato honesto, o que eu te aconselho é escolher “Fulano” que ele é o menos pior que os demais.” Sei que existe um erro gramatical na frase.
Não contente com as respostas, decidi pesquisar a respeito dos candidatos, não que eu desconfiasse das respostas, mas eu mesmo teria que tirar minhas conclusões. Quando comecei a revirar a vidas dos candidatos, quem eram eles, quais seus planos, de onde vinha o dinheiro para as campanhas. As informações que obtive foram lamentáveis, vou me poupar de falar, pois não quero me expor. Minha conclusão foi ter que concordar com os outros. Tenho que votar no tal do “fulano”, não tenho alternativas.
Hoje tenho 45 anos, dessa época pra cá, passaram várias eleições, Municipal, Estadual e Federal, continuei pesquisando e perguntando e nada havia mudado. Algumas vezes votei no “fulano” outras votei nulo.
Sabemos que uma sociedade é constituída de cidades e, essas divididas em bairros e, esses divididos em quadras e, essas divididas em casas, residências e, essas habitadas por pessoas. Onde quero chegar... A sociedade é que educa seus habitantes e, alguns desses se tornam políticos. Não entendo como fabricamos tantos políticos corruptos ou será que a corrupção já é um valor agregado na sociedade, e só conseguimos notá-lo quando estamos em evidencia.
A corrupção está em toda parte, do político ( que é cidadão também) ao cidadão comum que somos nós. O que devemos combater dia a dia.
Temos sempre um jeitinho “jeitinho brasileiro” para resolver as coisas e que na maioria das vezes sempre alguém sai perdendo. É furar a fila, se favorecendo do cargo que executa e tantas outras atitudes que parecem pequenas e na verdade são atitudes como essas que devemos combater, pois, se no anonimato utilizamos desses recursos, quem garante que em um cargo público não os farei, em um grau maior. É o que estamos presenciando há décadas com nossos políticos produzidos por nós.
Estamos diante mais uma vez de uma eleição, nem preciso dizer em quem eu vou votar. E digo sem ter bola de cristal em quem provavelmente vocês irão votar:
Enquanto nós como sociedade não resolvermos de vez apresentar um candidato que seja de fato cidadão pleno: compromissado com sua comunidade e, logicamente tendo os requisitos que a Moral e Cívica me ensinou, o “fulano” sempre ganhará todas eleições.
Espero que quando meus filhos me perguntarem em que eles possam votar, eu tenha definitivamente corrigido o erro gramatical. “Meu filho vote no “cicrano” que ele é o melhor e tem todos os requisitos de um cidadão pleno”.

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